quinta-feira, 4 de março de 2010

Abandono

Não, não é hoje ainda que volto (de verdade) a escrever aqui...
Aconteceram mil coisas e agora tô "ocupada" com um assunto que eu gosto (e assumo!): BBB.
Em Abril, voltamos à nossa programação normal... rs

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

FINADOS?


Salvador Dali


Hoje fui celebrar a vida. Fui à praia, li, senti cheiro de mar, beijei na boca...
Pra mim, o feriado de finados devia servir pra celebrar a vida.
Minha mãe nunca foi a funerais e eu também não. Não tem nada a ver com crendices, nem medo dos mortos, não. Tem a ver com vida.
Como todo mundo, já perdi pessoas muito queridas, já chorei pela perda e por algumas delas eu sinto um apertinho na garganta todas as vezes em que penso...
Mas acreditamos (eu e minha mãe) que o fato de ir a um lugar onde veremos uma pedra fria simbolicamente no lugar de uma pessoa que fez parte de nossas vidas não ajuda a sarar a dor de tê-la perdido.
Acho que não teria problema nenhum em acompanhar alguém a um cemitério, ou ir a um enterro de alguém desconhecido... O que não quero é guardar na mente a imagem de um corpo vazio, de um simples invólucro que não significa mais nada pra mim!
O que me importava não está mais lá... Quem eu amava não mora mais ali.
Respeito quem pensa diferente mas, pra mim, prefiro a lembrança dos bons momentos que tive com alguém que já se foi.
A palavra finado significa "aquilo que perdeu as forças, acabou". As pessoas que eu amo não vão acabar. Jamais.
De todas as pessoas que perdi, sem dúvida alguma, uma em especial me faz mais falta. Não sei se pela morte precoce, inesperada, ou pela enorme importância que teve em minha vida, importância da qual eu não fazia a mínima ideia até ele partir...
Foi meu amigo de infância, um irmãozão mais velho, que brigou comigo, implicou e, principalmente, me cuidou e ensinou muito!
Ele se foi aos 23 anos de idade (com menos idade do que eu tenho agora) e antes disso eu não tinha percebido o quanto eu o amava, menos ainda da falta que ele me fazia.
Não fui ao seu enterro. Não quis ver aquele corpo frio e inerte. E acho que fiz bem...
Fiz bem porque a lembrança que guardo dele é a do cara que me ensinou muitas coisas, que me fez rir muitas vezes, me fez chorar também (de tanto me irritar! rs) e dentro de mim ele ainda vive (ah, mais uma vez o clichê...) e tanto que até hoje sonho com ele e no meu sonho ele me abraça e me diz que tinha feito uma viagem, mas estava de volta. Quando tenho esse sonho, acordo me sentindo feliz, porque sinto que ele está bem, onde quer que esteja...
Um dia como esse, o chamado "Dia de Finados", devia servir para nos lembrar como damos pouco valor às pessoas que amamos e à vida que vivemos...
Como é bom viver, como é bom poder ter junto a nós aqueles que amamos.
Colocar uma flor num túmulo cheio de ossos não significa nada pra mim. Sonhar o tempo todo com meu grande amigo, sim!
Pensar nele cada vez que ouço uma música da qual ele gostava, ou guardar como uma relíquia cada recordação que tenho dele. Sentir um aperto no peito quando faço coisas que gostaria que ele também fizesse. Tudo isso é fazer dele vivo e eterno.
Um dia é pouco pras pessoas que amo. Perdi essa pessoa tão especial repentinemente e nem pude dizer adeus, mas sei que, de onde ele estiver, sabe o quanto foi e é amado!
Amigo, você é pra sempre! Até um dia.


"A vida é a infância da nossa imortalidade."
(Goethe)

P. S.: Se a frase não for de Goethe, desculpem-me desde já, não tive tempo de checar... rs

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Meu cachecol e cenas das próximas postagens

Só vim aqui postar a foto do meu primeiro trabalho mais "complexinho" em linhas... rsrs
Tô me achando! rs
Tá taaarde, amanhã tenho reunião de IC e preciso dormir, mas volto logo com a nossa programação normal e um texto que tenho aqui dentro da minha cabecinha sobre visões idílicas das elites em relação à gentalha aos menos favorecidos. A ideia me veio durante um encontro com o escritor cujo convidado era bastante ilustre. Desanimador...
Mas, taí o trabalhinho:




O tom de vermelho é lindo! Essa cor feinha é culpa da câmera do meu MP12 e da iluminação noturna...
Espero que tenham gostado.
Beijos!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Post-homenagem de Dia do Mestre (mega atrasado! rs)

Tá, eu sei que hoje já é dia 19 de outubro, mas não podia deixar de falar do Dia do Professor.
Este post é uma pequena homenagem aos colegas de profissão, essa profissão tão linda, tão difícil e, principalmente, tão amada!
Há pouco tempo atrás, me dei conta de que eu não escolhi o magistério. O magistério me escolheu! Acho que foi o "destino" (me deixa, amo clichês! rs).
Fazer o Curso de Formação de Professores (Curso Normal) estava longe do que eu queria e eu jamais imaginei que ia me apaixonar tanto por isso...
Nunca vou esquecer o dia da minha matrícula. Era um fim de tarde. Cheguei ao colégio vazio, com minha mãe do lado, e fui recebida pela diretora (não tinha quase ninguém lá, além dos funcionários). Se me contassem que aquele momento ia mudar a minha vida, eu jamais acreditaria. Nos apresentamos e levamos a papelada toda para fazer minha inscrição e eu, tentando me imaginar naquela escola nova, ouvi as palavras fatais:
-"Só temos vaga para o Curso de Formação de Professores."
Eu disse que não, de jeito nenhum, que poderia estudar à noite, que estudaria em qualquer lugar, poderia ser longe ou perigoso, mas professora? Eu? Ah não... Não MESMO! Protestei muito, fiz birra como toda adolescente chata, mas foi em vão.
Para minha sorte, meus apelos não comoveram nem mamãe nem a diretora que, ignorando meus muxoxos e viradas de olhos, tentava me animar e me convencer de que eu deveria ao menos experimentar.
Ainda inconformada, comecei a frequentar as aulas, decidida a me transferir para outro período assim que pudesse mas, quando vesti aquele uniformezinho fofo de normalista, meu lado "fashion" começou a gostar... rs
Fui ficando, ficando, me apaixonando e, nove anos depois desse primeiro dia de aula e seis depois de me formar, com muito orgulho, professora Julianna, aqui estou, escrevendo sobre o amor que tenho e que se renova a cada dia que passa, pelo saber, pelo aprender, pela educação.

Parabéns a você, professor, que todos os dias dá sua contribuição para fazer desse mundo um lugar melhor!
Parabéns especialmente aos meus mestres de ontem e hoje, à "tia" Ruth (da 4ª série), que me ensinou o que é cativar, à "tia" Eliza (do Jardim III, de quem nunca esqueci) e a todos os outros um pouquinho responsáveis pelo que eu sou hoje.
Muito obrigada!

Deixo vocês com um vídeo da Professora Clonice Berardinelli, carinhosamente D. Cléo, com quem tive a grande honra de conviver durante minhas "visitas" à UFRJ e que entrou para sempre para o meu hall particular de mestres inesquecíveis:


Dona Cléo

(para ver o vídeo, clique na foto)

sábado, 10 de outubro de 2009

Sobre tricô, sapatos e balas de vidro


Créditos da foto: Bruno Tomaz Gomes da Costa

Essa semana fiz meu primeito cachecol de tricô!
A sensação por ter terminado um feito tão simples foi ímpar... Engraçado como às vezes coisas tão singelas nos fazem tão bem.
Poucas pessoas sabem que eu sou o que os antigos chamariam de "menina prendada" (rs). É, eu sei costurar, bordar e, agora, tricotar.
Comecei a me interessar por esses trabalhos manuais quando pequena ainda e nessa época, precisamente aos 8 anos (pasmem! rs) entrei num curso grátis de tricô, oferecido por uma igreja. Como já era de se esperar, a turma era formada por vovozinhas, com seus sessenta e poucos ou bem mais e eu, menininha e fofinha como era, fui o xodó da turma.
Cresci e o interesse pelas artes manuais sempre me acompanhou, mas já não dispunha do tempo da infância para me dedicar às coisas de que gostava e acabei "pendurando as agulhas".
Bem dentro de mim, sempre soube que isso não era definitivo e o tricô foi uma daquelas paixões que ficam guardadinhas, para as quais eu estava sempre dizendo - "espere que eu te resgato já!"
Pois bem, passei certa vez por um desses armarinhos hipercoloridos de aviamentos e suas linhas me envolveram novamente, como uma teia (inevitável e óbvia comparação)... Não resisti! Cedi. Entrei no armarinho e de lá puxei de mim a velhinha adormecida desde a infância.
Como não poderia ser diferente, minha turma é, mais uma vez, composta por senhorinhas - algumas doces, outras divertidas, outras fofas ou hipocondríacas, mas (guardadas as diversidades) com um coisa em comum: vivência.
É incrível a lição de vida que se pode ter no convívio com gente mais velha.
Essas pessoas, que a nossa sociedade descarta do mercado, nos ensinam coisas que faculdade alguma jamais imaginaria.
Comecei a pensar sobre isso quando precisei de um sapateiro. Explico: já perceberam a dificuldade que é encontrar um BOM sapateiro? Daqueles que tratam do seu calçado com o maior capricho, que fazem um trabalho artesanal mesmo, que leva tempo, sabe?
Eu precisei de um. Foi então que minha mãe viu uma plaquinha em algum lugar e levamos lá nossos sapatinhos... Lá, fomos recebidas por um senhorzinho de setenta e poucos, cabecinha branca, bermuda e chinelos.
Dias depois, terminado o conserto, voltamos lá e encontramos nossos sapatos como novos! O cuidado e o capricho com que nossos sapatos arrebentados, sem salto, sem brilho etc. foram tratados não são comuns nos dias de hoje, esses dias de pressa e superficialidade.
Quando saí de lá com a minha sacola de sapatos "novos", senti uma tristezinha saudosa, imaginando que aquele senhorzinho estava já no fim da vida, teria poucos anos pela frente e, com sua morte, levaria todo aquele conhecimento, aquela destreza, que certamente não passou adiante.
Antigamente, os jovens eram aprendizes. Aprendiam seus ofícios com os avós, pais e vizinhos, que transmitiam tudo que tinham aprendido com seus anteriores. Agora, esse conhecimento é ensinado em escolas técnicas, num processo bem diferente. Não há mais aquela dedicação, não há mais sapateiros! Quando o meu sapateiro morrer, morre com ele mais um representante de uma geração em extinção.
Depois disso, lembrei-me da avó de uma amiga, com quem eu, ainda adolescente, passava horas na cozinha batendo papo. Ela me contava histórias de tempos tão diferentes do meu...
E eu adorava ouvi-la. Lembro que, numa das desilusões amorosas da minha adolescência, ela foi minha confidente e amiga, me consolou e deu conselhos preciosos que preservo até hoje...
Esta senhora já se foi.
A mesma dorzinha no peito senti quando, depois de passar algumas vezes por um quisque de doces que frequento desde novinha, senti falta das balas de vidro (aquelas de coco, douradas e caramelizadas), uma das minhas preferidas. Um dia resolvi parar e perguntar por elas. O dono do quisque disse-me que a tia dele, que era quem fazia as balas, tinha morrido. E com ela, morreram minhas balinhas de vidro...
Estou há tempos querendo escrever sobre este assunto, não sei por que...
Talvez por ter perdido este ano duas tias velhinhas, que, cada uma à sua maneira, contribuíram muito para fazer essa pessoa que eu sou hoje. Talvez por ter sentido tanta falta das minhas balas de vidro. Talvez... Não sei.
Só sei que concluí que o conhecimento se vai junto com aquele que o detém.
Estou aproveitando mais do que nunca minhas aulas de tricô...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Por que um escrever?



Bom, aqui estou eu em mais uma tentativa de manter um blog.
Desta vez, não tenho nenhum "plano" pra ele...
A ideia (que saudade da acento! rs) é só escrever... Sobre o que me der vontade, mas escrever.
Quero, com este blog, trabalhar, lapidar meu jeito de escrever.
Por quê?

Por um simples motivo...
Semana passada, durante o X Fórum de Estudos Linguísticos (UERJ), fui ao mini-curso do Gustavo Bernardo (amei! rs) e ele disse uma coisa que me deu um certo "alívio"...
Ele disse que a maioria das pessoas que começam uma faculdade de Letras, começam porque gostam de ler e também de escrever, mas acabam abandonando a escrita!
Quando ouvi isso, logo pensei: ufa, não sou a única! rs.
Eu adorava escrever, costumava escrever bastante quando pequena, tenho alguns textos (bem bonitinhos até... rs), ganhei prêmio de melhor livro na segunda série (oooown....rs), recebo vários elogios sobre minhas redações nas provas, mas depois de "Letrada" parece que travei.

Fiquei refletindo sobre qual seria o motivo desse bloqueio.
Provavelmente, o fato de termos contato com tantos gênios da arte literária e nos sentirmos uns "nadas" diante deles, rs.
Segundo Gustavo, mesmo depois de formadas, muitas pessoas nunca mais "desbloqueiam" ou demoram anos até se libertarem e, como não quero ser uma delas, estou aqui, humildemente, praticando o ato de escrever. Simplesmente porque quero, porque gosto.
Assim, não me prenderei a conteúdos, posso falar sobre qualquer coisa (assim como no meu dia a dia), nem a temas, nem a nada!

Este blog é uma tentativa de libertação da paranóia de não sermos tão bons quanto gostaríamos...
Obrigada, Gustavo Bernardo!

 
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